Por que existe a morte?
Outro dia, um pai me disse: "Pastor, estou desesperado. Meu filho de dezoito anos morreu em um acidente de trânsito. Alguns dizem que se ele foi bom, irá para o paraíso; se ele foi mau, irá para o inferno. Outros dizem que ele vai reencarnar; já outros dizem que ele vai ficar penando por aí. A alma dele, o espírito dele anda vagueando por aí. Eu não sei mais o que fazer."
Afinal, o que acontece com o ser humano quando morre?
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VOCÊ TEM SANGUE REAL?
VOCÊ TEM SANGUE REAL?
PR. ALEJANDRO BULLÓN
"O que fazer quando a lembrança do passado não nos deixa ser feliz? Aonde ir quando temos vergonha de nossas origens porque elas de certo modo são grotescas? Pode uma vida ser restaurada quando a própria pessoa chega a conclusão de que não há mais saída para ela?
Observem esse texto: "Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Nassom; Nassom, a Salmom; Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute gerou a Obede; e Obede a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias" (Mateus 1:3-6).
Você pode estar se perguntando: que mensagem pode sair de um texto aparentemente tão árido como este?
Em primeiro lugar, precisamos saber que o capítulo 1 de São Mateus apresenta a árvore genealógica de Jesus.
Se você tivesse que fazer a sua árvore genealógica, tentaria talvez colocar as pessoas mais ilustres. Tentaria encontrar alguma pessoa de renome, algum herói nacional, alguma pessoa da realeza. Ninguém gostaria de colocar em sua árvore genealógica pessoas de má reputação ou de origem vergonhosa.
Os judeus, especialmente os fariseus, tinham uma oração muito curiosa que dizia:
- Senhor, agradeço porque não nasci escravo, nem gentil e nem mulher.
Um judeu nunca colocaria na sua árvore genealógica o nome de uma mulher. Muito menos se esta tivesse má reputação. Mas na genealogia de Cristo, são mencionadas quatro mulheres. Tamar é a primeira, Raabe a segunda e Rute, a terceira. O nome da quarta não é mencionado, mas se fala de Davi, que teve um filho chamado Salomão, que nasceu da que fora mulher de Urias. Bate-seba era o nome da esposa de Urias.
Analisemos um pouco a vida destas mulheres. A história da primeira, Tamar, está no capítulo 38 do livro de Gênesis. Tamar era nora de Judá, um dos filhos de Jacó. Ela se casou com o filho mais velho de Judá chamado Er, um homem que não temia a Deus. Andava pelos seus próprios caminhos e morreu cedo, deixando Tamar viúva.
Naquele tempo existia uma lei em Israel: quando alguém deixava uma viúva jovem e sem filhos, o irmão devia se casar com a viúva para dar descendência ao falecido. Foi assim que Tamar se casou com Onam. Outro homem que não temia a Deus e que andando por seus próprios caminhos também morreu cedo.
Tamar ficou viúva pela segunda vez, jovem e sem filhos. E a lei civil de seu tempo dizia que ela devia se casar com o terceiro irmão. Mas o irmão era muito novo ainda. Seu nome era Selá. Então Judá prometeu a sua nora que quando Selá crescesse se cumpriria a lei. Mas Selá cresceu e Judá não o deu em casamento a Tamar. Diante disto, ela sentiu-se injustiçada, ferida e machucada. Seus direitos estavam sendo desrespeitados.
Tamar era daquele tipo de mulher que fazia valer os seus direitos e para defendê-los não media conseqüências. Um dia, disfarçou-se de prostituta, ficou na entrada da cidade e enganando seu próprio sogro, deitou-se com ele e ficou grávida.
Segundo a lei, ela devia ser condenada à morte, mas jogou na cara do sogro a grande injustiça que ele tinha cometido com ela. Judá ficou perplexo, derrotado e sem argumentos. Tamar fizera justiça com suas próprias mãos. Foi ferida e injustiçada. Partiu para a luta e venceu, mas ficou carregando o sentimento de culpa. Fez justiça com suas próprias mãos, mas caiu na promiscuidade. Fez justiça, mas essa justiça tinha um sabor muito amargo e doloroso. Depois de vencer, descobriu que não tinha valido a pena descer tão baixo para conquistar seus direitos.
Tamar é símbolo do ser humano que quando se sente machucado e ferido não pensa duas vezes para machucar a quem o feriu.
Um dia desses fui procurado por uma senhora atormentada pelo complexo de culpa. Chorava desesperada. Não conseguia dormir. O martelo da culpa batia em seu coração de dia e de noite e gritava: "culpada, pecadora, não existe salvação para você". Em desespero contou-me seu drama:
- Pastor, nunca pensei em fazer o que fiz. Fui para o motel com o primeiro homem que encontrei na rua, só porque descobri que meu marido estava me traindo. Parti para a luta, para dar o troco, para fazê-lo sentir o que eu estava sentindo.
Coitada! Caiu na miséria e agora o martelo da culpa batia em seu coração a cada instante e ela não encontrava paz, não podia dormir. Sentia-se perdida. Tinha medo do futuro, das conseqüências do seu erro. Tinha vergonha de olhar no rosto de seus filhos, de olhar-se no espelho, de ir para a igreja. Os irmãos cantavam e ela achava que sua boca não tinha direito de entoar um hino de louvor a Deus. A sua consciência gritava: culpada, pecadora, adúltera!
Um dia Tamar se sentiu mais ou menos como essa mulher, caiu diante de Deus e disse:
- Senhor, não valeu a pena ter feito justiça com minhas próprias mãos. Não compensou ter caído no pecado, tentando golpear aquele que estava sendo injusto comigo. Eu me machuquei. Não valeu a pena, Senhor, sinto-me perdida, atormentada pela culpa. Por favor, tem compaixão de mim.
E querido, Deus ouviu a oração daquela mulher. Abriu-lhe os braços e disse:
- Filha, não me importa o seu passado. Aqui estão meus braços abertos, volte para mim.
E Tamar voltou aos braços de Deus e sentiu o beijo da paz, o abraço da reconciliação. E quando Deus perdoa, leesquece o passado. E no livro da genealogia de Cristo o nome de Tamar está escrito, porque ela não tinha mais passado, ela nasceu quando voltou para Deus.
É isso que Jesus está dizendo pra você. Não importa onde você foi; nem quão baixo você caiu; não importa o que você fez; pode ter errado, mas se você voltar, passa a fazer parte da família de Deus; seu nome integra a árvore genealógica de Jesus. Não é maravilhoso?
A segunda mulher mencionada na genealogia de Jesus é Raabe, a prostituta de Jericó. Lá na entrada de Jericó, Raabe vendia seu corpo por um punhado de dinheiro. Pensava que a sua grande necessidade era o dinheiro e não pensou duas vezes para vender seu corpo. Mas Raabe simboliza muito mais do que uma pessoa que entrega seu corpo por dinheiro.
Prostituição não é somente vender o corpo por dinheiro. É também vender os princípios por cultura; os valores por status, o respeito próprio por uma profissão, ou por um emprego.
A história bíblica diz que Raabe sentia-se completamente perdida. Tinha medo do futuro. Sabia que o povo de Israel estava vindo. Sabia que o Deus de Israel acompanhava seu povo, que a destruição estava chegando para Jericó. Vivia apavorada, não tinha paz. Tinha medo do futuro, da morte, da destruição, do inferno. Não podia dormir. A sua consciência a atormentava. Conseguira dinheiro, mas a que preço?
Será que hoje você está conseguindo tudo que sempre sonhou? A pergunta é: a que preço? Seu negócio está crescendo? A que preço? Está alcançando a posição que você queria alcançar? A que preço? Quando chega a noite você tem medo do futuro, tem medo de que Cristo volte a qualquer momento porque você não está preparado? Tem medo de que a morte o surpreenda? Medo de ficar enfermo, de sofrer um acidente, tem medo de subir em um avião? Não está preparado para enfrentar a morte? Então me diga, de que vale a cultura? O dinheiro? O poder? De que vale tudo que conseguiu se não tem paz no coração? De que vale o que conquistou na vida se quando chega a noite não pode dormir com a consciência tranqüila?
Um dia, chegaram a Jericó dois homens enviados pelo povo de Deus. Raabe viu que esta era a sua oportunidade. Apesar de não passar de uma prostituta que vendia seu corpo por dinheiro, se agarrou ao único fio de esperança; o fio escarlate que foi pendurado na sua janela e que simbolizava a graça maravilhosa de Cristo. Raabe pensou: não importa como estou, nem como vivo. Talvez Deus sinta misericórdia de mim. E agarrou-se ao fio vermelho da misericórdia de Jesus. A destruição chegou. Jericó foi queimada, mas a destruição não tocou a casa de Raabe. Ela foi poupada da morte.
E você sabe como são as coisas. Quando Deus perdoa, Ele esquece completamente o passado. E é por isso que Deus não teve vergonha de colocar o nome de Raabe na árvore genealógica de Jesus. Eu não estou falando da prostituta de Jericó. Ela não existe mais, estou me referindo à Raabe, à mulher perdoada, transformada pelo poder de Deus.
A terceira mulher mencionada na árvore genealógica de Jesus é Rute. Você não poderá ver algo errado na vida de Rute, mas as suas raízes são vergonhosas. Explico: Rute foi descendente da tribo de Moabe... Sabe quem foi Moabe? Vou contar-lhe a história.
Deus ia destruir Sodoma e Gomorra. Ló, sua esposa e suas duas filhas saíram antes que a destruição chegasse. A esposa de Ló olhou lá de cima para a cidade e a Bíblia diz que ela foi transformada numa estátua de sal.
Ló e suas filhas conseguiram chegar no topo da montanha e lá se esconderam numa cova. As filhas de Ló pensaram que todos os homens do mundo tinham sido destruídos e que elas não teriam mais descendência. Então, deram origem a um capítulo vergonhoso da humanidade. Embebedaram seu pai Ló e cometeram incesto com ele. O fruto deste relacionamento imoral foi Moabe, o pai dos moabitas e Rute foi uma das filhas da tribo de Moabe. Rute, a moabita.
Não encontramos na Bíblia que Rute tivesse feito alguma coisa errada como Raabe ou Tamar. Mas encontramos em Rute uma origem incestuosa. Ela vinha de raízes imorais. Rute era a típica pessoa que sentia vergonha de seus antepassados.
Pergunto: você nunca conheceu o seu pai porque foi fruto de uma aventura pecaminosa e não fruto do amor que uniu duas pessoas? Isso tem incomodado sua vida? Tem lhe atormentado? Tem lhe criado traumas? Você olha e todo mundo tem pai e você nunca conheceu o covarde que não teve coragem de assumir você! Isso lhe dói?
Então olhe para Rute, porque se alguém devia ter vergonha de seus antepassados, era ela. Mas um dia chegou à sua vida um homem temente a Deus. E a vida deste jovem foi a inspiração que Rute precisava para sair da vida de idolatria do povo moabita.
Aqui está o exemplo de um rapaz que em lugar de contagiar-se com a idolatria dos moabitas, levou Rute ao conhecimento do Deus eterno. Infelizmente esse rapaz morreu. E a mãe, Noemi, decidiu voltar para sua terra. Foi então que encontramos Rute diante da maior decisão de sua vida. Ficou por um instante olhando para a sua cidade, suas tradições, seus costumes, seus pais, seus amigos, seus avós, seus bisavós, sua igreja, seu povo. E de outro lado, Noemi, que ia embora para a terra do Deus verdadeiro, para a família de Deus, para a igreja de Deus, o povo das verdades bíblicas. Rute ficou indecisa. O que devia fazer? Era muito difícil, mas decidiu deixar sua cidade e partir para a terra do Deus Eterno.
Ah, meu querido amigo, todos nós alguma vez temos que tomar a grande decisão. E não é fácil porque toda mudança envolve dor e sofrimento. Muitas vezes você tem que abandonar tradições, tudo aquilo em que você acreditou durante anos e anos, aquilo em que seus pais e seus avós acreditaram. Muitas vezes você receberá a contradição de seus amigos e a rejeição da família. Outras vezes, será caçoado pelos seus princípios e pelas verdades bíblicas que você começa a aceitar. Todos nós, um dia, teremos que nos confrontar com as verdades da Bíblia e teremos que tomar nossa decisão.
Você quer aceitar a Jesus agora? Se o fizer, Deus fará com você o que fez com Rute. Não importa a sua origem, não importa a sua raça, o lugar onde você nasceu, ou o nome da sua família. Não interessa se você é pobre ou rico, você passa a fazer parte da família de Cristo. Ele declara o seu nome diante do mundo. Não tem vergonha de você. Porque quando Deus aceita, Ele transforma. Não há mais passado que o atormente, não existe mais origem vergonhosa que o traumatize. Você é livre de complexos, de traumas, da incapacidade de perdoar, do ódio que você sente por aquela pessoa, enfim, livre de tudo. Você faz parte da família de Deus. Que coisa extraordinária!
A última mulher que é mencionada na genealogia de Cristo é Bateseba, a mulher de Urias. Um dia, o rei começou a cobiçar Bateseba. Apesar dela ser uma mulher casada, o rei começou a aproximar-se dela e pressioná-la. Você sabe como são as coisas... Talvez, no início, Bateseba revoltou-se com a idéia de ser infiel a seu marido, mas com o tempo passou a sentir-se lisonjeada. Poucas mulheres seriam capazes de despertar a atenção do rei.
Alguma vez você já foi pressionada pelo seu chefe e de repente caiu? E agora tenta se justificar dizendo: "eu não tive culpa, é que se eu não cedesse, perderia o emprego; ou não conseguiria aquela mudança de status; ou se eu não cedesse, não poderia ingressar na faculdade; não conseguiria aquela carreira". Tive que ceder porque a pressão era muito grande?
Bom, Bateseba é a típica mulher que se sentiu pressionada pelo chefe, mas por favor não pense que ela caiu por causa da pressão. Talvez, imperceptivelmente, mas ela entrou no jogo. Houve uma mistura de desejo pecaminoso e pressão que acabou em pecado. Um pecado que trouxe dor à sua família. Ficou grávida do rei e com tristeza viu como o rei mandou matar seu marido. Sofreu as conseqüências de seu erro. Sentiu-se miserável, acabada, sem perdão. Sentiu que não havia esperança para ela. Seu primeiro filho ficou doente e ela pensava: é a conseqüência de meu erro.
Há porventura em sua vida um homem e filhos inocentes que estão sofrendo vergonha pelo seu pecado? E você não sabe aonde ir. E sua vida transformou-se numa noite que não acaba?
Então veja, Bateseba descobriu um dia o perdão de Deus e caiu aos Seus pés, não justificou o seu pecado. Não disse: "Deus, caí porque o chefe pressionava e pressionava". Não! Ela reconheceu, como Davi, seu erro:
- Senhor, sou a única culpada. Não necessito explicar, não necessito justificar. Só preciso ser perdoada e estou aqui. Sou uma pecadora, por favor, me perdoe.
E Deus abriu os braços e a recebeu. E amigo querido, quando Deus perdoa, Ele esquece. Nunca mais se lembra do passado. E na árvore genealógica de Cristo, Deus não tem vergonha de colocar o nome de Bateseba.
Que grande amor! Enquanto as pessoas daquele tempo teriam vergonha de colocar o nome de uma mulher na sua árvore genealógica, Deus coloca quatro mulheres na família de Jesus. E não são quatro fontes de virtude. Três delas conheceram o outro lado da vida. E uma delas vivia atormentada pela sua origem. Nascera do incesto.
Neste momento Jesus se dirige a você e diz: "Filho, não me importa quem é você, não importa como você viveu, não me importa como você pode estar agora nem os traumas que você carrega, não importa os complexos que podem estar deturpando o seu caráter, não importa quão infeliz você se sinta, nem quão sozinho ou perdido você possa estar, não importa quão atormentado pelo complexo de culpa você viva ou quanto medo do inferno, do juízo final e da condenação você tenha. Neste momento você pode vir a mim".
Amigo querido, Jesus está com os braços abertos esperando você. E lembre-se: quando Deus perdoa Ele esquece e transforma. Por isso, o receberá. Não tenha vergonha de declarar ao mundo que você ama a Jesus porque Ele também não terá vergonha de declarar diante do Universo que você é parte da família de Deus.
Abra seu coração a Jesus.
ORAÇÃO
Pai querido, aceita-me como sou e me transforma pelo Teu poder. Apaga meu passado e mostra-me as belezas de um futuro sem fim. Em nome de Jesus. Amém.
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